10 abril 2016

. Uma escola onde os alunos aprendem e onde são felizes

Uma escola sem divisão por ciclos de ensino, sem turmas, sem aulas, nem testes. Uma escola onde os alunos aprendem e onde são felizes. É esta a escola que o professor José Pacheco defende.
José Pacheco tem 64 anos e é mestre em Educação da Criança, pela Universidade do Porto. Chegou a fazer parte do Conselho Nacional de Educação e ganhou prémios pelo projeto que coordenou na Escola da Ponte. Há 10 anos decidiu mudar-se e rumou ao Brasil, onde é responsável por mais de 100 projetos para um novo modelo de ensino. No ano em que a Escola da Ponte faz 40 anos, o Observador pôs-se à conversa com o seu principal fundador.
Crítico do modelo tradicional de ensino, que afirma ser do século XIX, o professor defende a aprendizagem numa escola sem aulas, nem turmas, nem ciclos. Uma mudança radical na forma como vemos a escola pública? Sim. Mas possível de implementar, e com sucesso, garante.
Porque é que há 40 anos sentiu necessidade de mudar a forma como dava aulas? O que o levou a iniciar o projeto “Fazer a Ponte”?
Porque me vi incompetente e antiético. Incompetente porque não conseguia ensinar todas as crianças e muitas reprovavam, e antiético porque reconhecia que não ensinava todos e continuava a trabalhar do mesmo modo. E quando encontrei duas professoras que faziam a mesma pergunta que eu — “Porque é que damos a aula tão bem dada e há alunos que não aprendem?” — descobrimos a resposta: se nós dávamos as aulas e eles não aprendiam, eles não aprendiam porque nós dávamos a aula. É isso mesmo. Para nós foi perder o chão. Nós só sabíamos dar aula. Por isso não fui eu que fiz a Ponte, foi muita gente. Talvez eu fosse um despoletador do projeto. E o que fizemos foi algo intuitivo e amoroso: continuámos a dar aulas, porque criança não é cobaia, mas simultaneamente introduzimos nas nossas práticas, em equipa, algumas metodologias, técnicas, espaços de convivência, que foram dando forma a um novo projeto.

Na Escola da Ponte não há turmas, nem testes

A Escola Básica da Ponte, no concelho de Santo Tirso, marca a diferença no ensino público português há 40 anos. Nesta escola não há ciclos, nem turmas, nem testes. A escola organiza-se em núcleos de projeto e são os alunos, em conjunto com os “tutores”, que definem, quinzenalmente, os objetivos de aprendizagem e vão sendo avaliados à medida que vão dizendo que “já sabem” aquilo a que se propuseram. Na última avaliação externa, levada a cabo pela Inspeção-Geral da Educação, a escola foi avaliada com Muito Bom em todos os parâmetros.

Um projeto mais baseado na autonomia?
Na autonomia, na responsabilidade e na solidariedade, que foram os três valores matriciais do projeto. As escolas são as pessoas e as pessoas são os seus valores. A escola não são edifícios, são projetos que partem de valores e de princípios e nós fomos indo ao encontro de uma concretização desses valores.
E as mudanças começaram logo a apresentar resultados?
Houve uma melhoria cognitiva, mas nós fomos além. Nós fizemos pela primeira vez aquilo que hoje se chama de educação integral. Compreendemos que teríamos de mexer não só no nível cognitivo, mas também no domínio atitudinal, sócio moral, ético, estético, emocional, espiritual.
Mas a forma de ensinar mudou repentinamente?
Não. De início dávamos aula durante a maior parte do tempo, porque era aquilo que nos tinham ensinado a fazer, mas fomos introduzindo alterações. Passámos de uma cultura de solidão para uma cultura de equipa, de corresponsabilização. Essa reelaboração da nossa cultura pessoal e profissional custou tempo e sofrimento. Decidimos habitar um mesmo espaço, derrubar paredes, juntar alunos. Compreendemos que sozinhos não poderíamos ensinar tudo a todos. Mas se estivéssemos em equipa, com um projeto, e autonomizássemos o ato de aprender, poderíamos responder efetivamente às necessidades de cada jovem. Ao fim de oito anos estava já a escola toda com um modelo diferente. E nós descobrimos uma coisa fundamental, que é que um professor não ensina aquilo que diz, ele transmite aquilo que é. Um professor tem que ser um tutor e um mediador de aprendizagens. E a aprendizagem acontece quando há um vínculo afetivo entre quem supostamente ensina e quem supostamente aprende.
"Não faz sentido alunos do século XXI terem professores do século XX, com propostas teóricas do século XIX, da Revolução Industrial."
40 anos depois, como está a Ponte? E como está o ensino em Portugal?
Tenho estado ausente e sinceramente posso estar muito desfasado da realidade portuguesa, mas tenho os meus netos e o meu filho que é professor e vou tendo retorno. Tenho tido algumas informações que me levam a crer que todas as engenharias curriculares feitas até hoje, pouco ou nada fizeram mudar a escola. Todos já perceberam que o modo como trabalham não ensina todos e que isso contraria aquilo que é o direito à educação e que é um dever do Estado. As escolas têm excelentes professores, mas a trabalhar do modo errado. Não faz sentido alunos do século XXI terem professores do século XX, com propostas teóricas do século XIX, da Revolução Industrial. A grande questão é que as escolas têm sido geridas por burocratas e não por pedagogos e as políticas públicas têm sido desastrosas: mais exames, mais alunos por turma.
Quer dizer que não concorda com os exames.
Mais exames não vão melhorar o sistema porque não é a preocupação com o termómetro que faz baixar a temperatura. Mais exames para quê? Os exames não avaliam nada. O teste é o instrumento de avaliação mais falível que existe. Conceber itens de teste, garantir fidelidade e tudo mais é um exercício extremamente rigoroso, assim como assegurar que as condições são as mesmas para todos quando se aplica o teste. E corrigir o teste também introduz uma subjetividade enorme. Além disso, esses instrumentos de avaliação apenas “provam” a capacidade de acumulação cognitiva, de armazenamento de informação em memória de curto prazo, para debitar no exame e esquecer.
Então como se deve avaliar as aprendizagens dos alunos?
Através de uma avaliação formativa contínua e sistemática, que é o que não se faz nas escolas. Nas escolas aplica-se teste e dá-se uma nota sem saber o que se faz. Há quem confunda avaliação com classificação e dê a nota a partir dos resultados dos testes. Eu sei que se alega considerar uma percentagem da nota dada a partir da avaliação de atitudes. Porém, não se apresenta os instrumentos de avaliação, que permitam medir atitudes como a autonomia, a criatividade. Diria que essa avaliação é feita a ‘olhómetro’.
E era de esperar que o ensino público português, passados estes 40 anos, mantivesse um modelo tradicional de aulas?
Eu acredito nos professores, na escola, mas não com as medidas político-educativas que são tomadas. Injeta-se na escola cada vez mais objetivos por pressão corporativa. Injeta-se nas escolas áreas que não faz sentido algum. Por exemplo, criar uma aula de área de projeto? Projeto é o projeto da escola, é o projeto educativo. Educação para a cidadania? Nós não ensinamos para a cidadania, nós educamos na cidadania. Cidadania não é uma hora por semana, é todo o tempo de escola. Andamos a brincar com coisas sérias. Está tudo errado.
E porque ninguém muda? A mudança não passa também pelos professores?
Os professores têm uma cultura em tudo contrária à mudança. Eles são ótimas pessoas, maravilhosas. Repare, professor é a única profissão em que o estágio é feito antes de tirar o curso. Fazem 12 anos a ouvir aulas, entram na faculdade e ouvem aulas, e vão dar aulas. Podem até ouvir falar dos Piagets da vida, mas os estágios são feitos em escolas tradicionais, onde estão excelentes professores tradicionais que trabalham no paradigma do século XIX ou XVIII. Este modelo de escola, desde o século XIX, que subdivide a escola em ciclos, em anos, em turmas, em horário padrão, isso é kartesianismo. Aulas? Aulas no século XXI são um escândalo! Em aulas ninguém aprende! Eu aceito quem conteste o que eu digo, mas ninguém contesta porque é uma verdade.
"A aprendizagem acontece quando há um vínculo afetivo entre quem supostamente ensina e quem supostamente aprende."
Mas é possível alunos de idades diferentes, todos juntos, aprenderem, na mesma sala, o que é suposto para a sua idade?
Porque não? Ninguém aprende com quem sabe a mesma coisa, ninguém aprende com quem tem a mesma idade. Eu falo daquilo que eu faço [no Brasil] e que tem excelentes resultados. Estou a falar de projetos que produzem excelência académica e inclusão social e onde não há organização por idades. Onde as escolas não têm casa de banho do aluno separada de casa de banho do professor, onde os auxiliares de ação educativa ensinam a limpar aqueles que sujam, onde a educação acontece. Onde não há aulas, nem turmas, nem anos, que são dispositivos sem sentido nenhum, sem fundamentação científica. Concebeu-se uma nova construção social de aprendizagem onde todos aprendem e são felizes. Isso é possível. Eu provo isso em mais de 100 projetos no Brasil e mais meia dúzia em Portugal.
E como vê a figura do chumbo?
A reprovação é a prova de que realmente a escola não funciona como deveria. Muitas vezes se diz que os professores são exigentes quando reprovam. A pergunta que eu faço é: se a escola melhor é a que mais alunos reprova, o melhor hospital é o que mais doentes mata? Quando as pessoas nem sequer refletem sobre isso… Quanto às classes de apoio, planos de recuperação, isso é tudo um enfeite que não resulta, porque aquilo que não se ensina em oito meses, não é em um mês de plano com mais do mesmo que se vai ensinar. Não é com mais horas de aula que se vai ensinar mais, é com outro tipo de aprendizagem.
Mas se o aluno não conseguir atingir as metas de aprendizagem… como se faz?
Compreendo a insistência. Nas escolas que, infelizmente, ainda vamos tendo, há alunos que não conseguem atingir metas. E é preciso acrescentar aulas de recuperação, “explicações”, “planos educativos individuais” e outros paliativos. Mas, nos projetos que acompanho, todos os alunos alcançam as metas. Porque trabalhamos a montante, para não ter de remediar a jusante; investimos na prevenção, para não tentar remediar depois. Nesses projetos, não há “alunos que não conseguem atingir metas”. Portanto, nada é preciso fazer, a não ser desenvolver um trabalho escolar coerente com a Lei de Bases. Em cada escola a seu modo, não há receitas.
"Mais exames não vão melhorar o sistema, porque não é a preocupação com o termómetro que faz baixar a temperatura."
Mas concorda que é difícil mudar este paradigma.
Se fosse fácil já tinha mudado. É difícil, é difícil…
Então como se pode fazer esta mudança?
Eu defendo sempre múltiplos caminhos. Um deles é que nós deveremos, nas escolas que despertam para a necessidade de mudar, trabalhar com aqueles professores que tomaram consciência e com coragem, lentamente, respeitando a criança, começar a desenvolver o projeto educativo da escola. Porque os projetos educativos das escolas não são cumpridos. E então esse núcleo de projeto, respeitando quem não queira, tem de avançar com autonomia pedagógica.
Aqui e ali têm sido anunciados alguns projetos inovadores, como as salas de aula do futuro. Isto pode ser o início da mudança?
Não, de modo algum. A aula híbrida, como vejo por aí, é aula. Não tem de haver aula. E as novas tecnologias podem ser importantes, se não forem mitigar o modelo de escola, enfeitar as aulas com quadros interativos ou um portátil por aluno. Quando um aluno está com acesso à informação na Internet ele não aprende, ele precisa da intervenção do adulto, do mediador da aprendizagem, que o ajude a passar da informação caótica para o conhecimento e do conhecimento para uma ação e isso chama-se projeto. E ao passar do conhecimento para a ação desenvolve competências. Isso não acontece numa aula.
Mas nessas salas o professor está lá apenas a guiar o grupo de alunos que tem de buscar as respostas.
Perante o quê? Um projeto? E lança perguntas significativas para os alunos? A aprendizagem tem de partir de necessidades, desejos, sonhos, algo concreto, que eu sinto que a comunidade precisa. É a partir dessa necessidade, com a introdução de projetos de pesquisa e roteiros de estudo, que as coisas acontecem.
"A pergunta que eu faço é: se a escola melhor é a que mais alunos reprova, o melhor hospital é o que mais doentes mata?"
Pode-me dar um exemplo prático de como isto pode funcionar?
Há um jovem que se queixa que lhe põem o lixo à porta na sua rua e ele percebe que tem de acabar com essa situação. Ele junta-se com outros jovens e vai fazer um projeto para acabar com a lixeira. Ele vai ter de fazer roteiros de pesquisa para perceber porque é que há lixo, o que é o lixo, o que é isso de recolha seletiva de lixo. Ele vai ter de reunir muitos objetivos do currículo nacional, de ciências, matemática, estudo do meio, português, para resolver. Mas não ensinamos tudo assim. Há objetivos que é impossível incluir nesses projetos que partem das necessidades, então aí nós fazemos os projetos paralelos, alternativos, porque não podemos permitir que a criança não aprenda todos os objetivos do programa.
Esses projetos funcionam de acordo com o modelo tradicional de aulas?
Não! Vou perguntar-lhe e assim pergunto a muita gente: sabe fazer a raiz quadrada? Já não se lembra! Sabe qual a fórmula para calcular o volume da esfera? Não, pois não? Eu posso continuar a perguntar-lhe coisas do ensino básico e você não sabe. E agora pergunto: não teve aulas sobre isso? Aprendeu? Não. Numa aula não se aprende nada. Aprende-se no contexto de projetos, com roteiros de pesquisa, com mediação pedagógica devidamente feita e com avaliação formativa contínua e sistemática, preferencialmente com portefólios digitais de avaliação. É isto.
E é possível fazer diferente e cumprir com os programas, currículos e alcançar metas de aprendizagem?
Só é possível cumprir com tudo isso fazendo diferente, porque do modo que a escola funciona o currículo não é cumprido. Os projetos não são cumpridos.
Que conselho deixa ao ministro da Educação?
Não sei. Mas posso propor que ele reúna com gente que já faz diferente para melhor cá ou se quiser ir lá fora vai ver que lá fora acontecem coisas muito boas em centenas de lugares, em muitos países. Esqueçam a Finlândia e o Norte da Europa.



L. vai buscar uma história.
Meninos, hoje é a L... quem escolhe grin emotico




No teu mundo

Guardei-te no meu abraço sempre que precisavas...
depois, foste tu que me guardavas no teu abraço!
agora... caminhamos juntas lado a lado ...
Que tamanho terei eu no teu mundo de menina,bebé?!




O dia esperado


Ângela e o Pedro ofereceram-nos bolinhas de sabao e nos fomos partilhar com todos no "nosso" parque...












Crianças que batem (http://parentalidadecomapego.blogspot.pt/2016/04/criancas-que-batem.html)

Crianças que batem

Uma das preocupações frequentes dos pais tem que ver com o facto das crianças, geralmente a partir do primeiro ano, mostrarem muitas vezes tendência para bater quando são contrariadas ou quando se sentem frustradas ou zangadas. Este comportamento é perfeitamente natural a partir de um ano e pouco e geralmente dura pelo menos até aos 4, 5 anos, embora possa diminuir de intensidade ou de frequência. Também pode acontecer que em vez de bater a criança empurre, dê pontapés ou morda quem está ao pé ou a pessoa responsável pela sua frustração.
Por vezes os pais pensam que este comportamento só pode ter sido aprendido na escola, com outras crianças, já em que em casa nunca lhes foi dado esse exemplo. Outras vezes, quando as crianças não andam na escola, os pais ficam ainda mais preocupados e intrigados e sem saber como é que a criança aprendeu a fazer isso. A verdade é que bater ou dar pontapés é um comportamento que não precisa de ser aprendido. É um comportamento instintivo que todas as crianças mostram pelo menos de vez em quando


A zanga como uma resposta fisiológica    


Sempre que nos zangamos estamos a despoletar aquilo que se chama a resposta de luta ou fuga que, neste caso, é mais de luta e que significa que o nosso corpo se está a preparar para lidar com uma potencial ameaça. Esta ameaça não precisa de ser real mas o que é certo é que uma parte do nosso cérebro identificou algo como sendo potencialmente perigoso para a nossa sobrevivência ou para a nossa integridade física e, por isso, o corpo prepara-se para lidar com essas ameaças, pondo em marcha uma série de modificações fisiológicas. Isto é uma resposta comum a todos os mamíferos e que está presente desde o nascimento. Acontece que um bebé quando se zanga ainda não tem controlo suficiente para bater por isso só pode chorar e esbracejar ou espernear. Mas, a partir do momento em que a criança começa a ser capaz de exercer algum controlo sobre as suas funções motoras e começa também a perceber que em algum poder sobre o seu meio ambiente, percebe também que é capaz de bater e que, ainda por cima, isso até tem algumas consequências - embora nem sempre as desejadas, mas a criança pequena ainda demora algum tempo até fazer essa ligação.Então, na verdade, bater não é algo pensado ou consciente, no sentido em que a criança não pensa que irá bater para conseguir algo mas é mais um impulso, um instinto que pode ser posto em marcha sempre que ela sente que pode estar a ser posta em causa a sua integridade. E é relativamente fácil para uma criança pequena sentir isso porque esta é uma fase em que ela está a descobrir que tem vontades, gostos e ideias próprias e que tem capacidade de fazer coisas e de agir no mundo. E o seu instinto diz-lhe que deve perseguir essas acções que deve tentar seguir os seus gostos, as suas preferências, afinal esta é uma forma importante de perceber quem é e de se conhecer como pessoa. Mas, ao mesmo tempo, a criança também percebe que há uma vontade mais forte que é a dos pais, ou por vezes, de outras crianças e que essas vontades entram facilmente em choque com as suas. Isto gera uma sensação grande de frustração e de zanga que uma criança ainda não tem grande capacidade de gerir, por isso só lhe resta agir.

O modelo cérebro-mão

Daniel Siegel tem um modelo muito útil que nos ajuda a compreender o funcionamento do cérebro e as diferenças entre o cérebro de um adulto e de uma criança: é o modelo do cérebro-mão. Para o compreender experimente fechar uma das suas mãos com o polegar por dentro dos restantes dedos. Neste modelo o polegar representa o sistema límbico, a zona do cérebro que está ligada ás emoções e que é responsável pelo seu surgimento. Os restantes dedos representam o córtex cerebral, a parte que está ligada ao pensamento mais racional e mais elaborado e que nos pode ajudar a integrar, a estruturar e a processar as emoções. Agora experimente abrir a mão, deixando só o polegar em contacto com a palma. Isto é o que acontece quando nos zangamos: o sistema límbico fica, temporariamente, desligado do córtex cerebral e ficamos a viver as emoções de uma forma muito intensa e, enquanto essa ligação não se restabelecer, torna-se difícil processar as emoções e agir de forma mais controlada. Por isso a expressão que usa muitas vezes - saltou-me a tampa - até é bastante adequada, porque é mesmo o que acontece. Ora as crianças, até aos dois anos, pelo menos, vivem permanentemente sem tampa, porque o seu córtex cerebral ainda não está suficientemente desenvolvido para poderem fazer uso dele e processar racionalmente aquilo que estão a sentir. Este desenvolvimento só começa a partir dos dois anos e, na verdade, sabe-se que só está concluído por volta dos vinte e poucos anos de idade. O que mostra o longo percurso que os nossos filhos ainda têm pela frente para aprenderem a lidar com o que sentem.

O desenvolvimento dos sentimentos mistos 

Gordon Neufeld explica que a forma mais importante e eficaz de fazer com que a criança pare de bater é esperar pelo desenvolvimento daquilo a que ele chama os sentimentos mistos, que não começam a aparecer antes dos 5 anos de idade. Quando nós, adultos, ficamos zangados com alguém, - quando nos zangamos muito com os nossos filhos, por exemplo - aquilo que nos impede de lhes bater é saber que, mesmo zangados, continuamos a gostar muito deles e que não os queremos magoar. Mas uma criança, antes dos cinco anos, ainda não consegue sentir esta dualidade, só sabe que está furiosa naquele momento e não é capaz de sentir as duas coisas ao mesmo tempo. Só a partir dos cinco anos de idade é que córtex cerebral começa a desenvolver-se o suficiente para que a criança comece a ser capaz de sentir estas duas coisas opostas e aparentemente contraditórias ao mesmo tempo: detesto-te neste momento mas sei que gosto muito de ti e não te quero magoarEntão tudo que precisamos de fazer é dar-lhes tempo para chegarem até aqui. E é preciso lembrar que nem todas as crianças chegam ao mesmo tempo às mesmas fases, por isso se uma criança mais velha ainda não consegue lidar com esta ambivalência e tem muita tendência para agredir temos de tentar perceber se ela já chegou realmente a essa fase porque, na verdade, é possível que ainda não tenha chegado. Na verdade, há alguns adultos que ainda não conseguem ver o mundo sem ser a preto e branco, porque não tiveram no seu desenvolvimento as condições ideias para poderem crescer de verdade.

Então como lidar com uma criança que bate? 

Primeiro é importante perceber que ela está apenas a ser criança, não quer dizer que seja má, ou que tenha maus instintos ou sequer que esteja a ser mal educada. Está a fazer aquilo que lhe é mais natural, depois podemos até dizer que não gostamos daquele comportamento e mostrar-lhe formas alternativas de expressar a sua zanga mas sempre sem dar muita importância ao que ela fez. É importante que a criança sinta que não fez nada de errado e que não se passa nada de mal consigo pelo facto de não ser capaz de controlar as suas emoções e os seus impulsos, porque ainda não é realmente suposto que o faça. 

Depois, se a criança nos bateu a nós, como acontece muitas vezes, é importante também sermos capazes de processar os nossos sentimentos e de não levarmos isso como um ataque pessoal. O mesmo acontece quando a criança diz à mãe ou pai que já não gosta deles e isso, por vezes, deixa os pais muito sentidos. Mas é preciso percebermos que a criança, naquele momento, está mesmo sem tampa e a viver emoções muito intensas, de uma forma muito crua e não tem realmente capacidade para se lembrar que, na verdade, gosta muito de nós. Então é importante não nos mostrarmos muito ofendidos e fazermos com que a criança sinta que estamos presentes, que a relação está intacta e que ela pode explodir e ficar sem tampa à vontade, que nós vamos estar com a nossa tampa no sítio para a ajudar a lidar com as emoções.

Também é importante lembrar que a maior fonte de frustrações e de ansiedade para uma criança é sentir que pode estar em risco a sua ligação com os pais. Por isso se respondemos à sua frustração com demasiada rispidez, ou fazendo com que se sinta  mal, estamos só a aumentar a sua tensão e a criar-lhe ainda mais frustração que ela não terá como gerir e que irá precisar de descarregar de alguma forma o que, por sua vez, é muito provável que gere mais agressões. Por isso é fundamental que a criança perceba que a relação está intacta e que o nosso amor é mesmo incondicional. Isto não significa fazer aquilo que ela quer, ou ceder para que não se sinta frustrada, mas significa mostrar que compreendemos a sua zanga e a sua frustração e que, mesmo não gostando que ela bata, percebemos que não é capaz de lidar de outro modo com as suas emoções.

Diz-se muitas vezes que as crianças têm de aprender a regular as emoções, isto é verdade mas, primeiro têm que o fazer de acordo com o seu grau de desenvolvimento e segundo, precisam sempre da ajuda de um adulto para o serem capazes de o fazer. E se nós não formos capazes de gerir a nossa própria frustração, dificilmente poderemos servir de modelo para a criança aprender como o fazer com a sua. Se nós ficamos imediatamente sem tampa quando nos damos conta de que a criança fez algo de que não gostámos, então dificilmente podemos ser um modelo de como ela pode aprender a manter a sua.

Se a criança bateu noutra criança, podemos tentar perceber o que gerou a frustração e dar exemplos à criança de como poderia conseguir o que queria sem precisar de bater. Sem grandes explicações porque as crianças aprendem mais por ver do que com as palavras, podemos encontrar formas de exemplificar o comportamento que ela poderia ter tido nos casos em que isso é possível.Nestes casos também pode ser importante dar atenção à outra criança e ver como se está a sentir. Se percebemos que a outra ficou sentida é importante dar-lhe espaço para expressar isso e para mostrar o que sente mas, ao mesmo tempo, sem que a que bateu se sinta mal por tê-lo feito. Podemos também aproveitar para explicar as consequências mostrando a quem bateu que o outro ficou triste ou sentido mas sempre sem um tom demasiado crítico para o que agrediu, mostrando também ao que ficou mais sentido que a criança que lhe bateu não o fez por não gostar dele mas apenas por não saber lidar com a situação de outro modo. Mas, na verdade, ao mostrarmos preocupação e empatia com o sofrimento da outra criança já estamos a servir de modelo para a forma como gostaríamos que o nosso filho agisse nestas ocasiões, por isso nem serão precisas grandes explicações.

Nos casos em que os pais da outra criança estão presentes e ficam também sentidos com a situação, também pode ser importante falar com eles e mostrar alguma compreensão mas sem deixarmos que isso nos influencie demasiado na forma de lidarmos com os nossos filhos.

Por último é importante percebermos que não é preciso eliminar as frustrações da vida das crianças mas apenas estarmos presentes e termos paciência para as ensinar a lidar com elas da melhor forma. E saber que é fundamental sermos capazes de confiar nos nossos filhos e no seu desenvolvimento, acreditando na sua natureza e sabendo que o nosso papel é orientar mas também dar espaço para que ela possa desenvolver-se 
com confiança e harmonia. 

Primavera

Chegou a Primavera. E nós fomos sentir primavera e ver primeiras mudanças.
No parque somos livres, podemos correr muito muito...
Correr com os outros senhores( as)
Conversar com ou outros...
...a titi deixa...
So temos que estar juntinhos e os grandes esperarem pelos pequeninos , parece que somos Grandes... Como os outros sabem?
Desta vez decidimos celebrar mesmo a primavera e distribuir abraços e ouve quem nao resistisse..
Ha e como estava mesmo muito quentinho fomos brincar na agua !!!!!!!!






Fomos..

Fomos....
Depois de la chegar e todos comprimentos e abraços , corremos,corremos e descobrimos "uma bela poça de lama" ( queridas mães permiti so e mesmo so porque ouvi dizer que existe um detergente que faz milagres wink emoticon relaxamos, cantamos e dançamos. E no fim? No Fim fomos ate nosso local especial desta vez não ouvimos historia ...desta vez so usufruímos do local e da cantoria de um passarinho 






heart emoticon

tivemos visitas.

...
Sabiam que eles gostam de cenouras como nós grin emoticon?
Sabem a Ângela e o Pedro trouxeram todos estes porquinhos da Índia para vermos?São tão fofinhos heart emoticon
E tivemos direito presentes simmmm um presente que queríamos muito sabem para quê?
Pois... mas isso, a Titi disse que só pode ser amanha... Deixem la, depois mostramos tudo!
Beijinho Ângela ao Pedro e um especial Luizinho !







Fomos as Compras

Troca... Se eu te der uma moeda, tu das-me uma maça?
Um euro da 1kg de tangerinas






Sequências ...cores e formas!

Sequências ...cores e formas!




Rosita

O N.encontrou uma caixa.. quem colocou aqui ?
Mas.................tem uma coisa!
Uma Turtleeeeeeeeeeeeeee!
Rosita heart emoticon




Por entre os pingos de chuva

Por entre os pingos de chuva e as lágrimas do Little E: com saudades da peta , corremos para nos despedir dos bichinhos do Inverno que se escondem debaixo das folhas!
Os pato vieram dar os bons dias mas estávamos com pressa...