Na
perspectiva histórico-cultural, tomamos as crianças não só pelos condicionantes
biológicos, mas também pelo papel que a infância ocupa no conjunto da
sociedade, bem como relacionamos o processo de desenvolvimento motor, social e
psicológico da criança.
A relevância
desta pesquisa está em associar os aspectos cognitivos com o ato motor, na
melhora do equilíbrio das crianças em relação às atividades motoras, tendo em
vista que o aprimoramento desses aspectos repercute no desenvolvimento afetivo,
social, cognitivo e motor, de modo que realizar este trabalho coloca em
destaque o lugar da educação física na educação infantil.
De acordo
com Gallahue e Ozmun (2005), um número grande de crianças entra no ensino fundamental
com um baixo nível de desenvolvimento motor, ao passo que acompanhando essas
crianças,
sujeitos da
pesquisa, tivemos condições de contribuir positivamente para o desenvolvimento
delas.
No entanto,
compreendemos que é o processo de aprendizagem que estimula o processo de maturação.
Segundo Gomes-da-Silva
Motricidade é a condição do corpo de ser mobilizado por situações reais ou imaginárias, e aplicar-se a atividades ou prestar-se a experiências. Assim, o corpo em movimento não se dispõe para um sujeito pensante como um instrumento para uma realização previamente estabelecida [...] o projeto motor que une a intenção (vontade) e a ação (gesto) como um ato consciente, sem pensamento interposto, interligado à ação
.
No
desenvolvimento motor a criança realiza experiências sensório-motoras em que
precisa refinar alguns padrões fundamentais de movimento. Para Gallahue e Ozmun
(2003), o desenvolvimento motor é um processo de evolução para fatores internos
e externos, considerando que o desenvolvimento depende das experiências
motoras. Paim (2003) afirma que, quanto mais experiências motoras a criança
realizar, maior será seu desempenho. Em relação ao equilíbrio motor, Gobbi,
Menuchi e Uehara (2003) retrata que é a noção de distribuição de peso em
relação a um espaço, tempo e eixo de gravidade, constituindo a base de toda a
coordenação dinâmica global. Assim, o ato motor está associado à prática do
equilíbrio corporal, que é importante para o processo de desenvolvimento da
consciência individual e social da
criança.
Entretanto, o equilíbrio postural é fundamental para a posição de equilíbrio
estático e dinâmico. Segundo Guyton (1992):
Considera
que para a manutenção do equilíbrio corporal estático é necessário que um
conjunto de
estruturas funcione de maneira harmoniosa, que fazem parte desta estrutura: o
sistema vestibular, os olhos, e o sistema proprioceptivo. A manutenção do
equilíbrio geral é realizada pelo sistema vestibular, que detecta as sensações
de equilíbrio.
Em
associação ao equilíbrio motor, a cognição é um elemento importante para
harmonizar o conjunto dos movimentos que formam as experiências do indivíduo.
Como afirma Maturana e Verden-Zoller (2004), o equilíbrio é o balanceio ao
redor de um ponto central, construção de uma dinâmica simétrica, busca de um
ponto médio entre dois extremos em que as crianças têm a capacidade inata e a
necessidade biológica de aprender a equilibrar-se, dominar e manter o
equilíbrio sob muitas circunstâncias diferentes. A partir de uma perspectiva
que considera o ser humano como totalidade complexa, em que não é possível
dissociar corpo e mente, cognição, afetividade e motricidade, é que Suzuki,
Gugelmim e Soares, afirmam que a abordagem terapêutica deve abranger todas as
áreas de desenvolvimento da criança, uma vez que o desenvolvimento motor
influencia profundamente no desenvolvimento cognitivo.
Com isso,
tornando possível melhorar o desenvolvimento da criança, com práticas que
estabeleçam esses dois indicadores, que são o motor e cognitivo.
Fonte: http://www.fontouraeditora.com.br
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