Desta vez a partilha vem de Nelson S.Lima Comissário da EDUCATION QUALITY ACCREDITATION COMMISSION.
Membro da ASSOCIATION FOR PSYCHOLOGICAL SCIENCE desde 2001
Colaborador da STOP CANCER PORTUGAL.
Diretor Geral da MENTAL PERFORMANCE SYSTEMS,seria enorme seu curriculo para deixar por cá.
Como educar crianças independentes e responsáveis
É possível educar crianças autodeterminadas, desenvolvendo e
estimulando atitudes simples e quotidianas de atenção e observação internas.
São sete estratégias para desenvolver tais qualidades:
1.Criar um
ambiente familiar favorável às decisões independentes.
2.Ensinar
às crianças como desenvolver um diálogo interno produtivo e evitar a
auto-ilusão e racionalizações.
3.Treiná-las
a pensar nos outros.
4 Ensiná-las
a desenvolver e a confiar em sua intuição.
5.Utilizar
estratégias de aconselhamento que encorajem a autodeterminação.
6.Ajudar as
crianças a desenvolver habilidades de auto-recuperação após derrotas, de modo
que permaneçam autodeterminadas.
7.Ensiná-las
a lidar com diferentes influências externas de modo autodeterminado.
As ameaças e as dificuldades enfrentadas pelas crianças na
sociedade contemporânea derivam de uma única fonte: estamos a criar os nossos
filhos para se orientarem pelo mundo externo, e não pelo interno.
Estamos ensinando-os a fazer opções na vida para obterem
aprovação e aceitação dos outros. Com isso, os nossos filhos renunciam ao
único dom que eleva seres humanos acima de todos as outras criaturas vivas – a
capacidade de raciocinar por si mesmos.
Imagine, por um momento, como seria o mundo se todas as
crianças fossem auto-orientadas: teríamos pessoas com capacidade de avaliar os
seus pontos fortes particulares, traduzi-los em papéis significativos e
contribuir para a vida do grupo desempenhando esses papéis, pessoas que vivem
de acordo com seus próprios princípios, e não de acordo com os princípios dos
outros.
Por que é que algumas crianças que nasceram e viveram em
bairros muito pobres tornam-se adultos produtivos, homens e mulheres de bem? É
claro que a resposta é bastante complexa. Mas será que não passa pela autodeterminação
dessas pessoas, que não se deixaram contaminar pelos outros (comportamentos,
hábitos errados, etc.), caminho seguido por muitos por ser o mais fácil? Quer
dizer que alguém lhes ensinou princípios e valores, enquanto que as outras não
tiveram a mesma sorte.
Compare isso com um mundo orientado para o exterior, em que
as pessoas se viram do avesso para conseguir as melhores posições, pisando os
outros e ignorando os próprios princípios morais ao longo do caminho. Imagine
que está ao seu alcance, como pai ou educador, decidir qual desses caminhos a
humanidade vai trilhar!
É claro que não é nada fácil, mas conheça algumas
ferramentas que vão lhe ajudar nesse desafio:
• Você -
pai ou mãe - precisa de ser um modelo de comportamento. Não faz sentido longos
sermões sobre os perigos das drogas enquanto você fuma, por exemplo Lembre-se:
as coisas têm de fazer sentido e ser significativas para que o diálogo interior
das crianças seja claro, eficiente e viável.
• Você pode
ensinar os seus filhos a resolver os conflitos delas com os outros
pacificamente. Precisam de aprender que a violência nunca é uma solução
aceitável para um problema!
• Preste
sempre atenção nos sites que as crianças visitam na Internet. Se tiver de
vigiá-los, vigie-os agora!
• Tente não
sobrecarregar a agenda de seu filho para que não se torne um “mini-stressado”.
Esteja à disposição deles para interagir, para criar um vínculo profundo entre
vocês.
• Ensine
valores de verdade aos seus filhos. Que eles se sintam amados pelo que são, e
não pelo que têm. Eles devem entender que os bens materiais são um subproduto –
e não a causa – da felicidade, e são coisas a serem divididas e desfrutadas com
os outros.
• Ensine
aos seus filhos o real sentido do sexo: a expressão suprema do amor entre duas
almas, e que o sexo é natural e belo. Não é uma forma de escapar ao tédio ou
uma busca por prazer. Eduque seus filhos sobre as desvantagens e os perigos da
irresponsabilidade sexual.
• Ensine
aos seus filhos que a verdadeira atracção não vem de um corpo e rostos
perfeitos nem de uma roupa de marca famosa, mas da auto-expressão, da
criatividade, da auto-aceitação e da capacidade de mostrar amor, afeição e
intimidade.
Se conseguirmos criar os nossos filhos com uma atitude
cooperativa, eles podem crescer e mudar a sociedade, fazendo com que ela deixe
de ser um monte de adversários e passe a ser um monte de amigos. Pode parecer
utópico, mas está nas nossas mãos!
Nelson S. Lima
Nelson S. Lima
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